Os desafios da representação gráfica: aspetos teórios e práticos
O Relatório da prática pedagógica evidencia que os alunos adolescentes manifestam dificuldades na representação gráfica de formas, volumes, sombras, profundidade…
A razão fundamental destas dificuldades reside na execução imprecisa do processo sequencial de perceção, registo/construção mental e representação gráfica.
Investigamos os momentos desse processo, recorrendo a instrumentos fundamentais produzidos por Rudolf Arnheim, Donald Hoffman e Phil Metzger.
O enquadramento teórico determinou uma intervenção pedagógica de operacionalização de estratégias de questionamento da qualidade da observação, bem como de promoção de reflexões sobre a mesma. Os alunos evidenciaram o seu entendimento de que o cumprimento desta primeira fase de forma audaz alavanca-nos para um registo mental mais qualificado da matéria observada.
Aplicamos técnicas de representação gráfica, de promoção de uma observação sagaz e de um entendimento majorado da representação das formas, dos volumes e das sombras. No decorrer dos exercícios propostos, os alunos foram alertados para a dificuldade dos erros/ilusões visuais que estremecem o discernimento visual e podem provocar distorções da realidade observada.
Em função dos resultados decorrentes dos exercícios propostos ao longo do ano letivo e dos inquéritos de avaliação registados, a investigação permitiu constatar uma evolução dos alunos na qualidade da observação e na destreza de gestos.
Miguel Sousa Basto